Dados biográficos

Álvaro de Assunção Rodrigues dos Santos, nasceu em Coimbra em Janeiro de 1969. Iniciou os seus estudos na Escola Superior de Tecnologias Artísticas de Coimbra – A.R.C.A. e Licenciou-se em Pintura em 1994.

Paralelamente à carreira profissional e estudantil, começou desde 1990 a participar em exposições colectivas. Em 1995 fez a sua primeira exposição individual.

É Professor do Quadro de Nomeação Definitiva do grupo 600 (Artes visuais) do Agrupamento de Escolas Cidade do Entroncamento, foi Professor de Desenho e Pintura na Associação de Desenvolvimento Cultural, Palha de Abrantes, de Outubro de 1999 a Junho de 2008 e é também sócio da Associação dos Antigos Alunos da ARCA-EUAC, (Escola Universitária das Artes de Coimbra) desde Maio de 2005.

Participação em exposições

COLECTIVAS

  • Coimbra, 1990 – Comemorativa do 10º aniversário do salão Polivalente de S. José.
  • Coimbra, 1991 – Boémia Bar.
  • Coimbra, 1991 – Comemorativa dos 80 anos da Maternidade Dr. Daniel de Matos – H.U.C.
  • Penacova, 1993 – V Profarte 93.
  • Santo Varão, 1993 – III Jornadas Culturais do C.B.M.
  • Coimbra, 1994 – 1ª Semana de Arte do Instituto de Almalaguês.
  • 1994 – Museu de Antropologia de Coimbra.
  • Montemor-o-Velho, 1994 – Festejos do 2º T.O.C. (Teatro e Oficinas de Criatividade).
  • Penacova, 1997 – IX Profarte 97.
  • Montemor-O-Velho, 1997 – “Folhas Soltas” no Centro de Animação Cultural Alcáçova.
  • Lisboa, 1999 – “Movimento de Arte VI” no M.A.C. – Movimento de Arte Contemporânea.
  • 2001 – “Viver Arte em Abrantes” na Galeria Municipal de Abrantes.
  • Montemor-o-Velho, 2006 – “Mulheres para Além do Medo” no bar Beb’Op.
  • Montemor-o-Velho, 2006 – Bar Beb’Op.
  • 2007 – FONLAD 07 – Festival on-line de Artes Digitais de Coimbra – Edição 3.
  • 2008 – I Bienal de Artes do Município de Ansião.
  • 2010 – II Bienal de Artes do Município de Ansião.
  • Lisboa, 2015 – Exposição Colectiva de Natal na Galeria M.A.C. – Movimento de Arte Contemporânea.
  • 2016 – “100 Anos de Artes Plásticas em Abrantes” na Galeria Municipal de Abrantes.
  • Lisboa, 2017 – Exposição Colectiva do 23º aniversário da Galeria MAC – Movimento de Arte Contemporânea.
  • Lisboa, 2017 – Exposição Colectiva de Natal da Galeria MAC – Movimento de Arte Contemporânea.
  • Lisboa, 2018 – Exposição Colectiva do 24º aniversário da Galeria MAC – Movimento de Arte Contemporânea.
  • 2018 – Exposição Colectiva de Artes Visuais no âmbito das comemorações do 50º aniversário do Liceu Nacional de Abrantes.
  • Lisboa, 2018 -Exposição Colectiva de Natal da Galeria MAC – Movimento de Arte Contemporânea.
  • Lisboa, 2019 – Exposição Colectiva no MAC – Movimento de Arte Contemporânea.

 

INDIVIDUAIS

  • Águeda, 1995 – Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro.
  • Águeda, 1995 – Palácio da Borralha.
  • Coimbra, 1996 – Atelier de S. Francisco.
  • Mealhada, 1997 – Salão Nobre da Casa da Cultura-
  • Montemor-O-Velho, 1998 – “Viagens” no Centro de Animação Cultural Alcáçova.
  • Abrantes, 1998 – “Viagens” na Santa Casa da Misericórdia de Abrantes.
  • 2002 – “Imagens do Infinito” na Galeria Municipal de Abrantes.
  • 2006 – “Imagens do Infinito” no Centro Cultural Gil Vicente em Sardoal.
  • Lisboa, 2017 – “Explosões de Vida” na Galeria M.A.C. – Movimento de Arte Contemporânea.
  • 2018 – “Para além da Realidade”, 1990 a 2017 – 27 anos de Pintura, nas Oficinas de Formação e Animação Cultural da Câmara Municipal de Aljustrel.
  • 2019 – “Imagens do Infinito” na Galeria Municipal do Entroncamento.

 

PRÉMIOS

  • Prémio MAC Artes Plásticas 2017, Menção Honrosa em Pintura.

Colecções

  • Colecções particulares em Portugal, EUA e Suíça.

 

Alguns comentários/Criticas

A famosa síntese “A pintura é como a poesia”, do poeta romano Horácio, ajusta-se perfeitamente à exposição de Álvaro Assunção, patente no Galeria Municipal do Entroncamento, uma vez que o artista associa cada quadro a um poema da sua autoria.

Esta apresentação estética permite descortinar, numa primeira análise, dois amplos eixos estruturantes: de um lado, a representação da mulher e, no outro, a imagética cósmica. A conjugação produzida reflecte  pois, o trajecto artístico do professor da Escola Secundária do Entroncamento, que, em 2017, na atribuição do Prémio MAC Artes Plásticas, recebeu uma Menção Honrosa em Pintura.

A força visual da iconografia feminina materializa-se explicitamente na fisionomia do corpo, e ainda, de um modo difuso, na expressividade esfíngica do rosto, sugestão do enigma que cada ser humano encerra. O poema “Olhar Infinito”, associado a um dos seus quadros, testemunha a busca de decifração do mundo, que a voz lírica procura perscrutar:

“O teu rosto é espuma do mar,

É brisa suave e reconfortante,

É calmaria em dias revoltos,

É a mansidão que me falta…

E vejo-te eu no firmamento das estrelas,

A beleza celestial!

O centro do universo!”

 

O texto, entre outros, permite estabelecer a ponte entre a mulher e o universo, em demanda da “beleza celestial”. Daí que, num claro processo evolutivo, surja uma sequência de quadros consagrada à grandeza do universo, sob a égide do permanente desejo do conhecimento, que dá o título à exposição: “Imagens do infinito”.

Nesta cosmovisão, tal esplendor do absoluto afigura-se como um grande espelho que evoca a pequenez e a finitude do homem, o “bicho da terra” no dizer de Camões em “Os Lusíadas”. Com efeito, a contemplação do contínuo movimento do espaço (encenado nos corpos celestes, nas constelações ou na poeira etérea) evoca a necessidade do homem, à procura de si mesmo, se questionar sobre o seu lugar no mundo, bem como acerca do caminho perpétuo de descoberta da génese da vida. O poema intitulado “Fronteira” dá conta dessa conceptualização:

 

“O firmamento enche-se de energia

A vida explode por magia!

Nasce o ódio agarrado ao amor,

Nasce o prazer inseparável da dor!

Nascem os mundos em alegria

Morrem seres em lenta agonia!

O princípio de tudo é o fim do nada,

E as minúsculas gotas de águas viajam nos oceanos,

Imersas na frescura do doce desconhecimento…”

Assim, estão reunidas as circunstâncias para que, neste processo meditativo, os destinatários deste evento tenham plena consciência da sua efémera condição. A complexidade da vida e do mundo, neste contexto, ganha forma na aproximação entre poesia e pintura, dualidade aglutinadora que subjaz a um incessante labor criativo. A afirmação da experiência individual do Álvaro Assunção, que é uma visão humana, é alcançada, deste modo, na sua plenitude, pelo que a sua exposição é de visita obrigatória.

José Manuel Ventura